sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Matem os Pontos Corridos e corram para o Mata-Mata!


O futebol não foi criado para os Pontos Corridos. O sistema de Pontos Corridos é uma parada certinha demais, equilibrada demais e justa demais para um esporte que é pura emoção, imprevisibilidade e porralouquice.

Desde que a matemática estabeleceu-se no futebol, a emoção sumiu na grande maioria das rodadas ou partidas, levando junto consigo, o público dos estádios. E não adianta culpar o "pay per view', pois recentemente testemunhamos certames mega televisionados, porém com seus estádios devidamente abarrotados, simplesmente por terem sido jogos com status de decisão; justamente a proposta que o Mata-Mata trás, para todas as suas rodadas.

No mata-mata, como todos sabem. cada jogo é uma decisão e vc precisa ganhar. Não tem essa de poupar jogadores aqui pra se recuperar mais a frente, nem o mico haver jogos que não valem absolutamente nada, entre times que só estão cumprindo tabela, no caso de um campeão antecipado, situações medíocres que geram bolhas de monotonia ao longo do campeonato e produzem jogos duros de se ver, muitas vezes pateticamente sem espectadores e até mesmo sem audiência nas mídias.

No Mata-Mata isso não acontece pois o torcedor sabe que, em cada jogo, ele terá a sua dose cavalar de emoção garantida. Seja pela alma lavada da glória ou pelo espírito carregado da dor da eliminação. Quem ama o futebol, também ama muito tudo isso.

O prazer de eliminar um rival em uma rodada de Mata-Mata e passar para a fase seguinte, é quase que o prazer de vencer uma final. São mini campeonatos dentro do campeonato que nos remetem àquelas disputas de justa da era medieval, onde cavaleiros e cavalos com armaduras até os dentes, corriam com uma enorme lança na mão e o único objetivo de derrubar o seu adversário que vinha ensandecido em sentido contrário. E era simples assim, quem caísse, estaria fora. Não interessava se o outro era mais forte, mas rápido, mais rico ou mais macho, nem mesmo se tinha um CT melhor que o dele; ali, naquele momento, naquele jogo, quem tivesse mais trincado, com mais sangue no olho, sairia com a glória, enquanto contemplava seu oponente humilhado do chão.

Por outro lado, o Mata-Mata, por ser tão dinâmico, não deixa brechas nem tempo hábil para mal cheirosas viradas de mesas, muito menos pontos acumulados para serem manipulados por advogados engravatados que não sabem sequer fazer uma embaixadinha. Tudo acontece ali, e tudo se resolve ali, no apitar do juiz, no grito da torcida. Como na várzea. Como tem que ser no futebol.


Cassius Oliveira

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

2013 foi um ano pra lá de Bagdá!




Entre tapetes voadores, Ali Babás com suas 40 rodadas e os gênios da lâmpada desportiva atendendo a pedidos após esfregadinhas de mão, o futebol brasileiro termina o ano de 2013 com ares de Mil e Uma Noites, porém, sem nenhum glamour. Nem mesmo o 'Sheik' de Miguézir, único representante legítimo desse métier e grande negociador do setor automotivo, gostou do que viu e soltou seus pombos correios por toda a Arábia, em sinal de protesto.

Mas acontece que o Flamengo, oásis de moral e ética no meio desse deserto de gramas e tapetes verdes, não pode, nem deve, se prender a uma tempestade de areia de fim de ano.

Temos um ano mágico pela frente. Nossos potes de ouro não estão mais vazios, nossos camelos tem água de sobra pra beber, nossos turbantes rubro-negros e sagrados voltaram a impor respeito e os nossos guerreiros estão convidados para as melhores festas, nos melhores palácios da temporada vindoura.

Graças a Alah, o balancete do Mengão neste ano foi muito bom: Papamos o Cálice do Brasil,  os piratas do mar Cáspio tiveram suas caravelas devidamente afundadas, as odaliscas do sultão de Laranjeiras foram trancafiadas nos porões da vergonha para sempre e os pequenos eunucos de Soldado Severiano terão, certamente,  uma breve, porém histórica, participação honrosa de 180 minutos na repescagem da Libertadores.

Foi realmente um ano pra lá de Bagdá...e para alguns galináceos até, pra lá de Marrakech...


Cassius Oliveira